A Máquina do Tempo
de Clara
congelou-a
naquele momento
que existia
Clara
e o tempo
e mais nada
ou
existia todo o resto
menos Clara
e o tempo
(e a máquina)
Clara me encarava
intocável
indestrutível
Clara me olhava
com aquela cara
de que vai permanecer assim
a minha vida inteira
Sentada à Máquina do Tempo
em vertiginosa viagem
rumo ao futuro
Clara me via a vida
em um segundo
E passaram-se anos
antes que eu notasse
que ela piscava os olhos
de vez em quando
Clara
a estátua
rumo a um futuro só dela
Clara
viajando
para daqui a mil anos
em um instante
Clara
Como que presa ao dia
Em que sentou na máquina
Ela viajando mais rápida
que a luz
e a mim encarando
congelada
Parece um paradoxo isso
mas sabe de uma coisa?
É a cara dela.
Bárbara Nunes (2008)
BAGUNÇA - é a idéia principal. Literatura, caricaturas, desenhos, crônicas. Tanto coisas minhas, quanto uma seleção de coisas outras. Manoel de Barros, Adília Lopes, Virgínia Woof, Maiakovisk, Ray Bradbury e, claro, Bárbara Nunes. De tudo um pouco. Se alguém se interessar.
sexta-feira, agosto 29, 2008
sexta-feira, agosto 22, 2008
poeminha sem querer
a pele dela
tinha aquele cheiro
de azeite
extravirgemde olivia
das menininhas que
ainda hoje
têm vinte anos de idade
Bárbara Nunes (2008)
tinha aquele cheiro
de azeite
extravirgemde olivia
das menininhas que
ainda hoje
têm vinte anos de idade
Bárbara Nunes (2008)
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