A Máquina do Tempo
de Clara
congelou-a
naquele momento
que existia
Clara
e o tempo
e mais nada
ou
existia todo o resto
menos Clara
e o tempo
(e a máquina)
Clara me encarava
intocável
indestrutível
Clara me olhava
com aquela cara
de que vai permanecer assim
a minha vida inteira
Sentada à Máquina do Tempo
em vertiginosa viagem
rumo ao futuro
Clara me via a vida
em um segundo
E passaram-se anos
antes que eu notasse
que ela piscava os olhos
de vez em quando
Clara
a estátua
rumo a um futuro só dela
Clara
viajando
para daqui a mil anos
em um instante
Clara
Como que presa ao dia
Em que sentou na máquina
Ela viajando mais rápida
que a luz
e a mim encarando
congelada
Parece um paradoxo isso
mas sabe de uma coisa?
É a cara dela.
Bárbara Nunes (2008)
2 comentários:
Entrei só para elogiar "os pés de josiane". Uma delicadeza. Acabei lendo um pouco mais e gostei.
Ultimamente não ando escrevendo muito, mas tenho um lugarzinho pra escrever também: annacronica.blogspot.com
Ana Claudia Abrantes
Você perguntou de onde conheço a Josiane, que eu brinquei dizendo só conhecer os pés... Agora refiz o caminho. Um site chamado "releituras". Cliquei em novos escritores e seu poema estava lá. Em momento pouco criativo, melhor me alimentarcom o que outros poetas andam escrevendo.
Beijo
Ana Claudia
Postar um comentário