BAGUNÇA - é a idéia principal. Literatura, caricaturas, desenhos, crônicas. Tanto coisas minhas, quanto uma seleção de coisas outras. Manoel de Barros, Adília Lopes, Virgínia Woof, Maiakovisk, Ray Bradbury e, claro, Bárbara Nunes. De tudo um pouco. Se alguém se interessar.
quarta-feira, março 22, 2006
quinta-feira, março 09, 2006
O Mundo é um moinho
Ainda é cedo amor
mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Presta atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
E em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés
Cartola
mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Presta atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
E em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés
Cartola
quarta-feira, março 08, 2006
pesadelos
não há silêncio
pelo contrário - é verão
os líquidos gordurosos do seu corpo se confundem
com as gotas de respiração que anuviam as janelas
espera
há alguma fascinação nesse processo
como tirar cera de certas protuberâncias corpóreas
como escrever cravos
como espremer gente
(e lembrar e lembrar)
é verão. mas isso ainda não diz nada
você suspira
medonha
no lençol as gotas do seu suor já deixaram marcas
mas não há mais marcas
- apenas a umidade gordurosa dos toques –
de repente
nota o barulho e o movimento de um ventilador de teto
insistente perniciosamente
insistente
e totalmente necessário
não há silêncio
pelo contrário
– é verão.
Bárbara Nunes (2006)
pelo contrário - é verão
os líquidos gordurosos do seu corpo se confundem
com as gotas de respiração que anuviam as janelas
espera
há alguma fascinação nesse processo
como tirar cera de certas protuberâncias corpóreas
como escrever cravos
como espremer gente
(e lembrar e lembrar)
é verão. mas isso ainda não diz nada
você suspira
medonha
no lençol as gotas do seu suor já deixaram marcas
mas não há mais marcas
- apenas a umidade gordurosa dos toques –
de repente
nota o barulho e o movimento de um ventilador de teto
insistente perniciosamente
insistente
e totalmente necessário
não há silêncio
pelo contrário
– é verão.
Bárbara Nunes (2006)
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