PÁGINA EM BRANCO
COMEÇO
ENTRE LINHAS SE FAZEM
OS VERSOS
OU NÃO
PÁGINA NEM TÃO BRANCA
MEIO AMARELADA
DO LADO
UM BORRÃO
UM RISCO
UM RASGO
A PÁGINA AMARELA
(DEI ESSE NOME A ELA)
SE TRANSFORMA
EM TELA ABANDONADA
DEIXADA AO LADO
DA IDÉIA
A PÁGINA AMARELA
REVELA A ALMA
DE UM CERTO POETA
QUE NÃO EXISTIU
NAQUELE MOMENTO
NÃO EXISTIU
SE FOI
NEM VEIO
A PÁGINA AMARELA
CONFESSA O EMBARAÇO
A MÃO QUE FREIOU
O SOM QUE NÃO SAIU
A PÁGINA AMARELA
ENSAIA
O FRACASSO
DE UM POEMA QUE
DESMAIA
QUE NADA!
A PÁGINA É UM MAR
DE IMPOSSIBILIDADES
EXISTENTES
PRESENTES
E EXIBIDAS
FUNDAMENTALMENTE
EXIBIDAS
COMO O SÃO
NOSSAS MUSAS FALECIDAS
E AS QUE
INFELIZMENTE
AINDA NÃO ESTÃO
Bárbara Nunes (2006)
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