a menina
brincava consigo
de arqueologia às avessas
escondia
pelos cantinhos do parque
pequenas dicas
de sua personalidade
depois sentava-se
à sombra de uma árvore
grande
a imaginar
uma reconstrução de si mesma
a partir daqueles fragmentos
em pouco tempo
a menina
já ria e ria
tanto pela figura confusa
que concebia
quanto pelo fato
de esconder juntas
verdades e mentiras
e nessa arquelogia
da menina
às avessas
às vezes se passava
a vida
em uma tarde inteira
Bárbara Nunes - 2008
Figura de Gustavo Aimar
Um comentário:
Bonito e significativo o poema.
Acho que a maioria de nós é um arqueólogo, ou tenta ser, pois sempre estamos buscando peças que faltam ao nosso eterno puzzle, que é a nossa existência.
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